"Um dia vou sentar em frente a um computador, vou começar a escrever e escrever, cada vez mais. Vou catalogar todas as minhas idéias, até mesmo, aquelas, que nunca tive idéias como escrever. Vou descrever o mundo como eu o vejo e como acho que minhas histórias deveriam ser vistas." - Diego Mascarenhas Ramos (These Are Sunny Days!)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sem Título (a imagem diz tudo)

E eu que pensei que já tivesse visto tudo
Foi aí que vi você
Ali, sozinho
E eu, enfim, encontrei uma companhia

Eu estava cansada
(Ainda estou)
Porém, sei que tudo agora será diferente

Meu Caminho

E eu me perdi nisso tudo
Perdi-me nesse mundo absurdo
Não vi ninguém
Não vejo ninguém
Onde você está?
Diga-me onde estás....

E tudo isso me mata aos poucos
Estou em um desespero mórbido

Estou precisando de você aqui bem perto
Estou precisando sentir que isso é real...
Sentir teu abraço, teu cheiro, teu corpo...
Sentir teu beijo...

E parece que me perdi
E que não vou encontrar a saída tão cedo
Talvez nem eu queira...

O caminho que me trouxe até aqui foi estranho
É estranho
Mas nada disso importa
Conheci você
Minha vida mudou

Me perdi, e isso foi bom
Nunca mais quero encontrar o caminho por onde dantes andava...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ser?

Eu já nem sei quem sou
Se sou Fada
Se sou Anjo
Se sou Amada
Ou se sou Amor

Com você aprendi o que é Verdade
Aprendi o que é Pureza

O que eu vivo
O que eu sinto
Sou eu
Ou quem eu penso ser

Já nem sei quem sou
Se quando estou com você
Verdadeiramente existo
Ou finjo existir

Oh Dúvida cruel,
Quem sou?
O que sou?
Por que o sou?

Diga-me
Ou deixe-me em paz...

sábado, 27 de agosto de 2011

These Are Sunny Days! III

----> The Last Night

Ela olhava diretamente no fundo dos olhos dele, era como se sentir totalmente despido, como se ela soubesse tudo que pudesse acontecer ali. Ela era o retrato esculpido de qualquer uma dessas divindades que encantam os homens, Afrodite, Vênus, Freya.. Qualquer uma…
Seus lábios delineados, seus rosto bem moldado, seus cabelos emolduram como se fosse um quadro.
E dessa boca, sai uma voz suave, doce, com alguns q’s de menina e outros de mulher. E ela diz:
- É incrível como o mundo fica diferente dentro dos seus olhos, é um mundo totalmente lindo…
Nisso, ele responde:
- É lindo… Por que o mundo que você vê dentro dos meus olhos… É você!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Everything - Alanis Morissette

Everything

I can be an asshole of the grandest kind
I can withhold like it's going out of style
I can be the moodiest baby and you've never met anyone
Who is as negative as I am sometimes
I am the wisest woman you've ever met
I am the kindest soul with whom you've connected
I have the bravest heart that you've ever seen
And you've never met anyone
Who is as positive as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

I blame everyone else not my own partaking
My passive aggressiveness can be devastating
I'm terrified and mistrusting
And you've never met anyone
Who is as closed down as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

What I resist persists and speaks louder than I know
What I resist you love no matter how low or high I go

I'm the funniest woman that you've ever known
I am the dullest woman that you've ever known
I'm the most gorgeous woman that you've ever known
And you've never met anyone
Who is as everything as I am sometimes

You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here

And You're still here...

Tudo

Posso ser uma idiota das grandes
Posso me fechar como já não se faz mais
Posso ser a criança mais temperamental e você nunca conheceu ninguém tão negativo
quanto, às vezes, eu sou
Eu sou a mulher mais sábia que você já conheceu
Eu sou a alma mais amável com a qual você já teve contato
Eu tenho o coração mais valente que você já viu
E você nunca conheceu ninguém tão positivo
Quanto, às vezes, eu sou

Você enxerga tudo,
você enxerga cada detalhe
Você enxerga toda minha luz
E você ama minha escuridão
Você entende tudo
de que eu tenho vergonha
Não há nada com que você não se identifique
E você continua aqui

Eu culpo a todas as pessoas, menos a mim mesma
Minha agressividade passiva pode ser devastadora
Eu sou assustada e desconfiada
E você nunca conheceu ninguém tão fechado
Quanto, às vezes, eu sou

Você enxerga tudo,
você enxerga cada detalhe
Você enxerga toda minha luz
E você ama minha escuridão
Você entende tudo
de que eu tenho vergonha
Não há nada com que você não se identifique
E você continua aqui

Aquilo a que eu resisto persiste e fala mais alto do que eu imagino
Aquilo a que eu resisto, você ama, não importa o que eu faça

Eu sou a mulher mais engraçada que você já conheceu
Eu sou a mulher mais estúpida que você já conheceu
Eu sou a mulher mais bonita que você já conheceu
E você nunca conheceu ninguém que seja tanto
Quanto, às vezes, eu sou

Você enxerga tudo,
você enxerga cada detalhe
Você enxerga toda minha luz
E você ama minha escuridão
Você entende tudo
de que eu tenho vergonha
Não há nada com que você não se identifique
E você continua aqui

E você continua aqui..

Minha Vida...

A tarde lá fora vai se despedindo
O Sol está se pondo
Mais um espetáculo Natural foi assistido...
E eu estou aqui
Deitada nesta cama
Com uma caderneta
E uma caneta esferográfica preta
Minhas companheiras de guerra!

O único ruído que ouço
Vem do meu próprio quarto
É o meu fornecedor de ventilação...
Meu enferrujado Preto...

Palavras se confundem na minha frente
Números me aparecem
Cores se misturam...
Sinto que a Magia está aqui
Essa Luz nos meus olhos
A Caneta que não para...

Nem sei o que escrevo,
Mas escrevo!

Escrevo porque necessito
É uma terapia...

E agora o Pássaro lá fora canta
Canta e encanta...
Ah como eu queria saber cantar!

Invejo os Pássaros por sua musicalidade
Seus alçares em voo
Sua Liberdade...

E minha Caneta não para
Talvez ela queira me dizer algo
Porém, o quê?

Pediram-me que escrevesse algo
Mas parece que esse "algo" não quer sair...

Minha Caneta às vezes falha...
Ou eu que não sei pôr no Papel?

O Dia está se despedindo
A Noite está se apresentando
E eu aqui...
Eu aqui e a Onça lá!

Mais um dia normal
Mais um dia viva
Mais um dia na presença de minha Caderneta e de minha Caneta...
Mais um dia em que o velho Preto trabalha
Mais um Dia...

Minha casa na Solidão
Apenas eu e a Onça...
O que fazer?
O que dizer?

Nada.
Sentamos juntas...

Mais um dia...

Hoje e Sempre

Sabe o que eu mais quero?
Quero que este momento dure para sempre!
Que nós possamos nos amar sempre...
E que o Mundo comemore a Paz...

O que eu mais quero
É você do meu lado
Despertando em mim
Instintos que nunca senti
Desejos que nunca vivi.

O que eu mais quero
É você do meu lado
Com seu Abraço forte e delicado
Com seus Beijos grosseiros e amáveis...

O que eu mais quero
É que o Hoje vire o Sempre!

Quando estamos juntos

Quando estamos juntos
Tudo parece parar...
O Tempo para;
Os carros param;
Os insetos param;
Tudo para,
Exceto nós...
Exceto seu Beijo,
Exceto seu Carinho...

Quando estamos juntos
O Universo conspira a nosso favor...
As horas demoram a passar...
Até a Noite fica mais bela!

Quando estamos juntos,
O "Nós" é o que importa...
O "Nós Dois"...
Que se dane o resto!

Ele

Há quanto tempo isso não acontecia!
Nossa!
Mas com quanta saudade eu estava!
Ai aqueles beijos...
Que fazem o sangue esquentar
O sangue agora pulsa freneticamente
Nossos lábios estão grudados
Parecem não querer soltar-se
Sensação de plenitude...

Parece que agora sim, sou eu
Eu que estou ali
Pensamentos vão e vem
Mas eu estou ali
Aquela sou eu
Não há máscaras como dantes

Veja o que você me faz...

Olhares profundos,
Parecem realmente me conhecer
E eles invadem a alma!

Que olhos são esses?!

Às vezes profundos
Outras vezes sutis...

Ali me encontro...
Naqueles lábios...
Naqueles olhos...

Aquela sou eu...
Palavras não definem nada!

Como eu ser uma palavra?
Eu sou um gesto;
Eu sou uma expressão;
Eu sou aquele momento.

E há quanto tempo isso não acontecia!

Solidão II

Andei por aí
Por onde o vento não anda
Por onde as águas não correm

Andei por aí
Sozinha,
Perdida...

Estava à procura de algo
Que ainda não sei se encontrei...

Talvez eu precise voltar a andar por aí
Por onde não há nuvens
Por onde o Sol não emita seus explendorosos raios...
E talvez eu volte mesmo,
Apenas Talvez...

Quantas vezes

Quantas vezes já me quis partir?
Conhecer o que não se conhece,
Viver o que nunca vivi,
E fazer dos sonhos a realidade?
Quantas vezes?

Quantas vezes perdi a coragem?
Coragem que pareço nunca ter tido!
Quantas vezes amei e não fui amada?!
Quantas vezes fui amada e não amei?!
Quantas vezes me perdi entre sentimentos?
Quantas vezes?

Quantas vezes dei algo sem querer nada em troca;
E quantas vezes quis algo em troca sem retribuir?
Quantas vezes chorei, sorri, fui triste e fui feliz?
Quantas vezes?

Pra quê números?
Será que a Vida se baseia realmente em "Quantas vezes"?
Quantas vezes
Amei
Odiei
Cantei
Sorri
Pulei
Caí...
Quantas vezes fui feliz,
Quantas vezes me deleitei no abrigo da Felicidade...

Felicidade...

A Vida não é feita de números.
A vida é feita de Ser.
Ser você.

Ser você é ser feliz...
Poder sentir todos os sentimentos possíveis, desde ódio ao amor...

A Vida é Felicidade...
Felicidade é simplesmente viver!

Quantas vezes eu vivi?
Resposta: SEMPRE.

A juventude pocense ainda tem esperança! "Sim, nós podemos!"


segunda-feira, 4 de julho de 2011

E se...

e se eu chorar, será q terei alguém do lado

para segurar minha mão?


e se eu chorar, será q terei alguém do lado

para enxugar minhas lágrimas?


e se eu cair, será que me levanto?

e se eu não me levantar, terei alguém do meu lado?


e se eu não aguentar mais isso?

o que eu faço agora?

o que eu faço?


e se nada acontecer, será que você

ainda estará aqui?

e se nada acontecer, você ainda vai estar aqui?


e se eu desistir, você ainda irá insistir?

e se eu insistir, vc irá desistir?

e se nós desistirmos, isso será o fim?

Coração Partido...



Bem que poderiam vender curativos pra colar corações quebrados. Daqueles bem fortes, a prova d'água. Tantos lugares pra se cuidar do corpo, e ainda não inventaram as benditas pilulas da alma. Poderiam vender assim como vendem mertiolate. "Me veja uma dose de paz por favor." Poderia existir médicos especializados em cada tipo de doença. Um para dor da perda, um para tristeza da partida. Você poderia ver lojas com cartazes com "cansado do egoísmo humano? Leve uma dose de altruísmo pela metade do preço" A felicidade seria como um pó mágico que você espalha por onde passa, fazendo felizes as pessoas ao seu redor. Mas como você sabe, as coisas não são bem assim. Talvez os farmacêuticos ainda não tenham descoberto que joelhos ralados doem menos que corações partidos.


Fonte: http://thaysepereiira.blogspot.com/2011/04/bem-que-poderiam-vender-curativos-pra.html

De Thayse...

Fuçando a net encontrei:

Palavras.
expressam tudo, ou nada. Palavras descrevem o inexplicável. Palavras magoam, ofendem e causam desentendimentos. Palavras criam oportunidades, criam amizades e vínculos formidáveis. Palavras aperfeiçoam, explicam. Palavras são capazes de corrigir mais do que qualquer ato. Palavras evoluem e fazem evoluir. Palavras surgem e deixam surgir. Palavras fazem com que livros tenham magia. Palavras fazem com que melodias tenham significado. Palavras afastam ou unem pessoas. Palavras fazem com que as pessoas reflitam. Ou não. Palavras agridem. Palavras acolhem. Palavras criam desejos. Palavras enfeitiçam, seduzem e provocam. Palavras podem ser amáveis ou grosseiras. Podem dizer muito, ou nada. Podem traduzir qualquer sentimento. Palavras permitem que as pessoas brinquem com elas próprias. Palavras podem ser apenas palavras, ou podem ser muito mais do que uma vida inteira. Palavras fazem as guerras. Palavras buscam a paz. Com as palavras, pode-se tudo. Apenas não se pode ficar mudo.


Fonte: http://thaysepereiira.blogspot.com/2011/04/palavras.html

Escrevo porque...

Eu escrevo na tristeza da Solidão...

Na companhia da música

No tic tac do relógio...


Eu escrevo pra tirar esse concreto das minhas costas...

Essa dor do peito...

Eu escrevo porque nada mais sei fazer

Nada mais me vem a cabeça senão a ansia por escrever...


Escrevo porque assim eu vivo

Porque assim eu falo

Porque assim me sinto em paz...


Em paz comigo

Em paz com o mundo

Em paz com a Solidão...


Escrevo porque assim me expresso...

E nada mais sei, senão escrever...

Meu Paradoxo

Tem algo akii que não sei o que é... Algo que me afasta e que me prende a vc...
Diga-me, o que faço pra parar com isso? Isso me doe, isso me fere...
Queria, mas não sei o quê.
Desejo, mas escondo, finjo não exisitir isso que está dentro de mim...
Porém, vejo-me longe de vc...
E o tempo passa...
Estou cada vez mais distante...
e por fim, aproximo-me mais...

Solidão

Tchau pra você que me ajudou

e seja bem-vindo novamente você que me derrubou...

Estou indo bem, por enquanto,

mas sabe-se lá até qndo!

Sei que vai passar

Mas sinto que às vezes tudo o que eu queria era o tempo parar

E continuar o que eu não queria acabar...

acabou.

Sempre acaba!

Nada é para sempre.

Sinceramente o pra sempre não existe...


Tchau pra vc que me ajudou

E seja bem-vindo novamente vc que me derrubou...

A vida continua

Sabe-se lá até qndo

Porém continua

E eu sigo cantando

Talvez a minha canção

Ou talvez a solidão....


Será que sempre será assim?!

Eu aqui e enfim

Nada!

A dor é grande

Porém sou maior ainda...

Bebo água salgada que percorre meu rosto até morrer na boca...

Meu organismo me fornece essa água que brotam de meus olhos....


Será que sempre será assim?!

Eu no fim

Por um fio

E o frio

me consumindo assim...

Cadê o calor?

Bem, digo tchau a quem me fez bem...

Digo tchau a Felicidade...

E que por fim,

Seja bem-vinda, mais uma vez, Solidão.


Aqui estou

Em cacos

em pedaços

Pronta pra receber-te...

Seja bem-vinda...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nosso Amor

O Amor é como o Vento
Passa e se renova a cada momento!
Pode até ser eterno,
Mas não é único!
O Amor é múltiplo...

Muitas vezes intenso
É Paixão...
É Amizade...

Meu Amor por você é Carne.
Começa quando te vejo
E termina quando você parte!

Teus beijos despertam em mim
Sensações brutas
Nada doces...

Nosso Amor é Carne
E não há como não o ser

O nosso Amor é como Cabelo
Vamos perdendo fio a fio
E um dia
Eis que chega o fim.

sábado, 2 de abril de 2011

Agradecimento...

Ufa, depois de tanto tempo sem escrever nada, aqui estou.... Vim agradecer ao jornal impresso da minha cidade, Informativo Popular, pela reportagem que fizeram comigo....
Obrigada por gostarem das minhas singelas palavras... E é claro, essa entrevista só foi possível graças à inquietação do senhor Aldomar, que é como um pai pra mim... É como se ele quisesse mais isso do que eu... hehehe.... Então obrigada aê por tudo....

quinta-feira, 10 de março de 2011

Meio meu "eu"

Já Escondi...


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!



- Clarice Lispector

Minha inspiração... Meu eterno poeta

Cazuza, por ele mesmo
Cazuza - 199


A minha música faz parte de uma história que começou quando o meu avô, dono de um engenho em Pernambuco, resolveu morar em cima do areal do Leblon (Rio de Janeiro), como terceiro morador da região. Ali nasceu meu pai, João Araújo, que se casou com uma moça linda, Lucinha, que cantava como um passarinho. Uma mulher que se tornou importante no cenário musical e que teve, numa das primeiras novelas da televisão, sua gravação da música "Peito vazio" (de Cartola) incluída na trilha sonora. Gostava de vê-la cantando e penso que isso influiu muito no meu futuro.

Meu pai também pesou muito. Ele sempre transou disco e, quando eu era menino, tinha a casa cheia de artistas. Eram cantores que chegavam e saíam o tempo todo. Conheci Elis Regina, os Novos Baianos, Jair Rodrigues, que gostava de brincar de me jogar para o alto, e outros cantores. Na nossa casa, se respirava música o tempo todo.

Naquele tempo, queria ser um grande arquiteto e só me interessava em ficar fazendo mapinhas da cidade, traçando ruas e desenhando edifícios. Essa mania acabou quando resolvi fazer vestibular e percebi que não dava pra matemática. Como fazia mapas, fazia poesia às escondidas de meus pais, porque era um romântico, um cara cheio de dores-de-cotovelo.

Ser filho único, por um lado, é bom; por outro, não. Meu pai e minha mãe, por força da vida profissional, tinham de frequentar a vida boêmia - o que acabei herdando deles também - e me deixavam sempre com a minha avó materna. Ela era uma mulher fantástica, muito louca, aberta e deixou um grande buraco na minha vida quando morreu. Fiquei sozinho, sem um irmão para dividir comigo as alegrias e mágoas. Não tive coragem de me abrir com os meus pais sobre minha vocação poética, porque pensava que iam dar o contra. Então, com minha avó, discutia versos, rimas. Ela foi a pessoa que mais influiu na minha infância e adolescência. Meu pai e minha mãe não eram repressores. Já aos 13 anos, tinha a chave de casa e o carro de meu pai para dirigir.

Conheci o sexo tarde, aos 15 anos. Meus amigos todos há muito já transavam mulheres e eu ficava apenas preocupado com o lado romântico da coisa. Por isso, nunca procurei prostitutas como meus amigos e só conseguia um relacionamento se a parceira era minha namorada. A primeira foi uma moça mais velha e me deu grandes lições de sexo. De cara, tirei diploma. Aí, saí dali e contei tudo ao meu pai. Já pensei em me unir a alguma mulher, porque me sinto muito solitário.

Mas não consigo encontrar alguém que me entenda e, a essa altura, já não sei dividir mais nada, muito menos apartamento. Já não tenho saco pra ser cobrado de nada e dificilmente as mulheres entendem que gosto de ficar sózinho com meus versos, escutando música ou simplesmente em silêncio. Já cheguei a viver com uma e não deu certo. Sempre fui um cara certinho, sem as rebeldias dos jovens atuais. Claro que algumas vezes dava minhas fugidinhas de casa, mas sempre voltava como um bom menino.

Aos 17 anos, comecei a descobrir que minhas poesias podiam ser letras de músicas, mas só assumi isso aos 23 anos, quando entrei no Barão Vermelho. Antes disso, procurei conhecer tudo sobre teatro, pois sabia que era um bom veículo pra me tornar cantor. Fui falar com o Perfeito Fortuna, do Circo Voador, para entrar no seu curso de teatro. Comecei, então, a ensaiar a peça do curso, "Pára-quedas do coração".

Cheguei a me empolgar no dia da estréia, quando o Léo Jaime, que também estava na peça, me falou que conhecia um grupo musical que estava se formando e procurando um vocalista. Era um tal de Barão Vermelho. Fui, no dia seguinte, ao encontro deles e minha história começou.

Dei de cara com quatro garotos fazendo um som que era um esporro: Roberto Frejat (guitarra), Maurício Barros (teclados), Dé (baixo) e Guto Goffi (bateria). O Dé tinha 16 anos e os mais velhos eram o Frejat e o Guto, que tinham 18. Eles não sabiam que eu era filho do presidente da Som Livre. Eram apenas um bando de garotos que não se tocavam para quem fosse o filho desse ou daquele pai importante. Queriam apenas fazer som, sucesso e despertar a atenção do público. Começamos em showzinhos por aí, em noitadas underground.

Quase um ano depois de termos feitos muitos shows, o Ezequiel Neves se dignou a escutar uma fita do Barão. Ele fez o maior escândalo e, como era produtor da Som Livre, foi convencer o Guto Graça Mello, diretor artístico da empresa, a gravar o nosso disco. Ele também topou, dizendo que havia ficado impressionado com a agressividade do grupo. Era pegar ou lagar, porque sentiu que poderíamos ir para outra gravadora. Meu pai não aceitou a idéia facilmente, mesmo diante dos argumentos do Zeca e do Guto. Foi todo o tempo contra. Acreditava que a crítica iria me crucificar e a coisa ficaria parecendo um lance de puxa-saquismo, de proteção ao filhinho do patrão. Mas gravamos nosso primeiro disco em 48 horas de estúdio, uma coisa completamente garagem. E, ainda por cima, o som do estúdio acentuava um defeito meu, o de ter a língua presa. Eu ciciava escandalosamente. Lógico que as rádios não tocaram, pois fugia totalmente ao padrão radiofônico.

Mas aconteceu que o Caetano Veloso estreou no Canecão o show "Uns", incluindo no repertório "Todo amor que houver nessa vida", música de Frejat com letra minha. Logo depois, estouramos "Pro dia nascer feliz", do nosso segundo disco, e, em seguida, veio "Bete Balanço", tema do filme de Lael Rodrigues. Nosso terceiro LP, "Maior abandonado", nos deu um disco de ouro. Aí, a batalha estava ganha.

Os atritos com o Barão começarão por ocasião do Rock in Rio. Era bem ciumeira de garotos instigada pela imprensa, que sempre me colocava à frente deles em entrevistas, ou mesmo pelo público, que sempre gritava meu nome nos shows. Me bateu aquele negócio de filho único que não divide nada com ninguém, que sempre tem de fazer o gol porque a bola é dele. E também no rock’n’roll não pode haver dor. E estava pintando dor. Eu queria fazer coisas, eles discordavam.

Estávamos prestes a entrar em estúdio para gravar o quarto LP quando resolvi cair fora. Foi ótimo para os dois lados. A dor acabou, continuei superamigo deles, minha parceria com o Frejat ficou melhor ainda e "it’s only rock’n’roll and we like it"!

Meus pais foram muito compreensivos quando comecei a dizer em entrevistas que era bissexual. Só achavam que eu estava exagerando, me expondo, mas esse é o papel deles. Se há alguma coisa errada, é comigo. Procuro as respostas através da vida. Quando ficar velhinho e morrer, ninguém vai mais lembrar deste meu lado. Só a música vai ficar. É só isso que o público vai levar do Cazuza.

Pra compor, não planejo absolutamente nada. Acho que sou a pessoa mais desorganizada que você pode imaginar. Tudo me acontece de supetão, porque nunca sei como a coisa vai sair. Agora, quando a inspiração vem, sou caxias mesmo, muito sistemático. Quando sento à mesinha para trabalhar, faço mesmo. Se a idéia não pinta, puxo por ela até acontecer. Só sou disciplinado para trabalhar. Pode ser até as quatros horas da manhã. Mas se começo uma letra, ela tem que sair. Depois fico semanas melhorando as imagens, as rimas.

Desde o primeiro disco com o Barão, o Zeca me chama a atenção para o meu lado transgressivo. Em minhas letras sempre me desnudei. Ele dizia:"Vá com calma, estamos em 82, a barra está heavy. Diga tudo que passar pela tua cabeça, mas quer você queira, ou não queira, vou mandar para a censura letras diferentes, bem inofensivas. Eles liberam, depois você canta e grava o que quiser cantar." Quase sempre deu certo. Isto porque, no caso de "Só as mães são felizes", eu bobeei e mandei a letra certa. Vetaram, é lógico. Não entenderam que era uma coisa moralista, pós-Nelson Rodrigues. Usei imagens fortes para falar de meu preconceito com o fato de não permitir a nenhuma mãe do mundo encarar as barras que eu encarava. Era como se eu dissesse que as mães são para serem colocadas num altar, para serem veneradas.

Mas o mais engraçado aconteceu quando mandamos a letra de "Exagerado" para o Leoni musicar. Eram trinta e tantos versos. Ele teria que ‘enxugar’ um pouco. Só que ‘enxugou’ demais. O título poderia ser "Tímido", pois ele cortou achados ótimos. Basta dizer que não havia mais os versos: "Por você eu largo tudo / Carreira, dinheiro, canudo. " Mas a música era ótima e só tivemos que colocar os versos cortados novamente. Foi o que fizemos e a música acabou se transformando em meu cartão de visita.

Minhas influências literárias são completamente loucas. Nunca tive método de ler isso ou aquilo. Lia tudo de uma vez misturando Kerouac com Nelson Rodrigues, William Blake com Augusto dos Anjos, Ginsberg com Cassandra Rios, Rimbaud com Fernando Pessoa. Adorava seguir Carlos Drummond de Andrade em seus passeios por Copacabana. Me sentia importante acompanhando os passos daquele Poeta Maior pelas ruas à tarde. Mas meu livro de cabeceira foi sempre "A descoberta do mundo", de Clarice Lispector. Adoro acordar e abri-lo em qualquer página. Para mim, sempre funciona mais que o I Ching. As minhas letras têm muito desses ‘bruxos’ todos.

Não tenho a voz aprimorada, nunca estudei canto e tenho a língua presa. Mas cantar rock não é fácil, não. Não estou desmerecendo o que cantei até hoje; é que sempre foi muito fácil, para mim, cantar rock. Não sou um grande cantor, nem tenho uma extensão de voz grande. Por isso, canto muito no berro. Há também a possibilidade de você recitar a letra, como Lou Reed e Marianne Faithfull fazem. Tem todo aquele sonzão atrás e você entra mais ou menos gritando a emoção. Isso não acontece com as músicas mais lentas, que tenham mais nuances na melodia. Cantá-las é muito difícil. Embora sempre faça questão de dizer que não sou cantor, e sim intérprete, confesso que tenho a preocupação de apurar a voz ao máximo.

A bossa nova "Faz parte do meu show" canto com a voz de criança que jamais imaginei fazer, uma coisa bonita que passou por muitos ídolos do meu passado. Passou pelo João Gilberto, pelo Chet Baker. Eu gosto de tudo, do berro da Janis Joplin e da Bessie Smith. Adoro a Dalva de Oliveira e a Elvira Rios. Acho isso saudável para um artista. Em matéria de música, não sou nada radical. Mas foi com o rock que encontrei a minha tribo. De repente, fumei um baseado, saí na rua e vi uma porção de gente igual a mim. Soltei pipa e joguei frescobol ao som do rock. Era a liberdade, da mesma forma que o jazz foi pra geração dos 40.

Eu não pirei com os Beatles, não dava muita importância, via como uma coisa meio histérica. Mas adorava também. Cantava "Help!" numa língua que inventei… Só quando pintou Caetano com "Alegria alegria" é que achei aquilo moderno. Gal cantando "a cultura, a civilização, elas que se danem…" Macalé e a ‘morbideza romântica’ de Wally Salomão. Rock eu conheci mesmo através do Caetano e da Tropicália, Os Mutantes, Rita Lee, Novos Baianos. Com 13 anos, eu estava lá no pier de Ipanema; ficava de tiete, de longe, tentava apresentar uns baseados pra eles, mas ninguém pedia.

O Roberto Carlos também é uma pessoa importantíssima para mim, porque faz parte da minha infância. Eu cresci amando a Jovem Guarda. Tinha tudo com a marca Calhambeque: roupa, merendeira, sapato. E um dos momentos mais emocionantes da minha vida foi quando, aos dez anos, meu pai me levou ao estúdio da Som Livre, onde o Roberto Carlos estava gravando. Ele me convidou para ir tomar um refrigerante numa padaria ali perto. Eu queria andar devagarinho para que as pessoas vissem que estava ali uma criança orgulhosa por estar ao lado dele. Outro dia, ele precisava do estúdio onde eu estava gravando, me ligou e disse: "Oi, meu Barão…" Eu respondi que não era mais do Barão, mas ele disse que vou ser sempre. E ele está certo. Eu vou ser sempre um Barão Vermelho. Ele é o Rei e me elegeu seu Barão.

O lance estrangeiro veio pelos Rolling Stones, mas quando a Janis Joplin morreu eu nem sabia quem era ela… Só fui saber dois anos depois, em 1972, quando fui expulso do Santo Inácio, que é um colégio de padres, e fui para o Anglo-Americano, mais liberal, onde a gente ouvia Rolling Stones no recreio. Mas então um amigo me mostrou a Janis, que eu conhecia da televisão, entre uma novela da Janete Clair e outra. Tava assim:"Jimi Hendrix e Janis Joplin mortos por drogas." Para mim, aquilo era uma coisa horrorosa. Mas quando ouvi aquela mulher descobri que ela era genial. Aí eu entendi o que era o blues, e através da Janis descobri a Billie Holiday e mesmo a Dalva de Oliveira. Tudo aquilo que eu já curtia, mas que achava cafona. Aliás, sou cafona e assumo. Gosto de palavras como ingratidão. Sou meio Augusto dos Anjos:"Escarra na boca que te beija."

O que passo para as pessoas é muito mais do meu trabalho do que das coisas que faço fora dele. É claro que existe todo um folclore em torno do meu nome. Tudo quanto é matéria relacionada a bar, por exemplo, tem que ter o meu nome, por que sou realmente um frequentador da noite. Mas o que fica mesmo pras pessoas que consomem meu trabalho é a mensagem romântica que está no que escrevo. O meu trabalho tem muito essa coisa de cutucar a dor de amor. É o lado meio dark do amor que as pessoas curtem em mim.

Acho até que, atualmente, poucos compositores falam desse tema. Antigamente, tinha aos montes: Dolores Duran, Lupiscínio Rodrigues, Noel Rosa, Cartola, Maysa e tantos outros. Depois disso, pintou uma fase em que era cafona e antiquado falar do sofrimento. Não estou sendo pretensioso, não, mas vários estudiosos da música popular já me disseram que eu trouxe essa coisa da dor-de-cotovelo de volta. É claro que isso aconteceu com a moldura mais epidérmica do rock. Todo brasileiro, todo latino-americano, é pego um pouquinho pelo pé nisso de mexer na ferida do amor. E sempre gosta de temas relacionados a uma paixão que não deu certo. Esse é o lado diferente e talvez polêmico do meu trabalho.

Enfrentar o palco para mim é tudo. Aflora um lado sensual meio incontrolável. Às vezes, entro de pau duro, a coisa pinta até antes de subir ao palco… Outras vezes, entro morrendo de medo, mas cantando solta a tensão. Sem brincadeira, é lance sexual mesmo. Fora do palco, sou tímido, um menininho, me sinto profundamente desajeitado. Mas, no palco, sou um Super-Homem, de pôr a capa e sair voando. Sinto o sexo aflorando, olho pras pessoas e sinto que tem uma coisa também que volta em resposta. Porque estou mostrando uma coisa bonita que eu compus: não sou humilde, gosto mesmo do que faço. É muito o lance do prazer, eu e a platéia transando pra caralho.

Tem gente que se irrita, porque eu canto que todo mundo vai pegar sua pasta e ir pro trabalho de terno, enquanto vou dormir depois de uma noite de trepadas incríveis. Mas o dia-a-dia não é poético, todo mundo dando duro e a cada minuto alguém sendo assaltado ou atropelado. Então, vamos transformar esse tédio todo numa coisa maior. Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos. O resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço… Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim. Prefiro não acreditar no Day after, no fim do mundo, no apocalipse. Um dia, ainda vou andar na nave espacial Columbus. Bêbado, lógico, mas vou andar!

Por enquanto, o que me dá maior prazer além da música é o beijo na boca. Aquele lance do beijo que é o "fósforo aceso na palha seca do amor". O beijo começa tudo; é da boca que vem a relação… a primeira vez que se entra numa pessoa. Pra mim, é essencial. Sou capaz de ficar de pau duro se beijar alguém.

Eu fico feliz quando penso que o homem difere dos bichos e das plantas porque pode amar sem reproduzir - embora o Papa não goste disso. O homem transa por prazer. Então, pode ser homem com homem, mulher com mulher, com diafragama, com pílula, com o que for… Homossexualismo é assim uma coisa normal. E o hetero, e o bissexualismo. O homem pode amar independente do sexo, porque ele não é bicho, não é planta. Se o cara não quer, não sente atração, tudo bem. Mas não tem esse negócio de regra geral quando se fala de amor. Quando pinta tesão, estou com Tim Maia e Sandra de Sá: "vale tudo", mesmo!

Sou eclético, mas acho que quem não é eclético também faz muito bem. Se o cara é roqueiro de alma, como meu irmão e parceiro fiel Roberto Frejat, como o Dé e o Guto Goffi, devotos do rock, é superbacana. O rock’n’roll é como uma trepada, muito ligado ao sexo e à droga.

Em relação à droga, por exemplo, a posição da lei é ridícula. Nunca se bebeu tanto nos Estados Unidos quanto no tempo da lei seca. Proibir interessa a quem? Pra máfia da Bolívia, da Colômbia, do Brasil. Porque é o próprio governo, da Bolívia que lucra com isso. Por isso, marginalizam… No tempo de Freud, a cocaína era vendida em farmácia. Maconha, os índios fumaram a vida inteira. Então, interessa ao poder marginalizar, porque outros tipos de drogas são vendidos em qualquer farmácia. Maior de 21 anos, com receita médica, poderia comprar… E é isso que eu acho: droga tem que ser vendida em farmácia.

Eu luto contra um sentimento de culpa cristão que tenho. Estudei num colégio de padres quase dez anos. Então, a minha vida em si é uma luta para vencer isso. É difícil falar no assunto, porque é uma coisa muito particular, de formação mesmo. Eu já venci muitas barreiras, mas a gente sempre tem outras a derrubar. Por um tempo, fiz análise para descobrir as novas barreiras que tenho. Fiz cinco meses, mas deixei, me dei alta porque resolvi o que queria naquele momento. Você vai ao médico porque está doente; depois você fica bom e não precisa mais ficar indo. Caso adoeça de novo, você volta. Minha cabeça ficou boa. Então, eu vou à praia em vez de ir à análise. Tenho esperança de que vou ser muito feliz, mais do que sou.

A minha ideologia é a da mudança. Nada de partido político. É a coisa de mudar o Brasil, em qualquer dimensão. Eu não tenho partido, sério. Mas estou com as pessoas que podem mudar alguma coisa, dou a maior força. Sou socialista por vocação, por natureza, por amor mesmo. Porque acho que o socialismo está no meio, está entre o comunismo ditatorial e o capitalismo selvagem, num ponto onde a iniciativa privada pode dar alguma coisa também.

Quando fiz "Ideologia", nem sabia o que isso queria dizer, fui ver no dicionário. Lá estava escrito que indica correntes de pensamentos iguais e tal… A música, por sua vez, é muito pessimista, porque, na verdade, é a história da minha geração, a de 30 anos, que viveu o vazio todo. É meio amarga porque a gente achava que ia mudar o mundo mesmo e o Brasil está igual; bateu uma enorme frustação. Nos conceitos sobre sexo, comportamento, virou alguma coisa, mas deixamos muito pelo caminho. A gente batalhou tanto e agora? Onde chegamos? Nossa geração ficou em que pé?

Antes de mais nada, mudou o patriotismo. Pra mim, o patriotismo não é essa coisa símbolos, como a bandeira. Mexe muito mais com o sentimento. Quando me enrolei na bandeira, no Rock in Rio, eu estava acreditando. A coisa de cuspir na bandeira, três anos depois, foi contra aquele ato teatral do espectador. Eu estava cuspindo no símbolo, na bandeira que simboliza mesmo é a família Orleans e Bragança. Acho que não é hora de teatro com bandeira. O momento é de criticar, de virar a mesa, de sair da merda. Antes eu me enrolei foi aquele clima de Tancredo Neves. Eu estava, como todo povo, inebriado por um sentimento de mudança, de esperança. A coisa do vai-pra-frente, algo lindo, um movimento sincero que se esvaziou por erro dos políticos. No Rock in Rio, cantei por dez minutos com a bandeira, sonhei, acreditei. Quando eu era adolescente, também acreditava. A gente não tinha descoberto a vaselina, o conchavo. Entrava com garra mesmo. Nem sei mais se essa garra existe hoje com os novos adolescentes.

De qualquer maneira, a Igreja e a direita estão com a faca e o queijo na mão. Já nem acho que tenha sido a CIA que botou o vírus da AIDS no mundo. Eles simplesmente usaram a doença. Botam na tevê que a AIDS mata para as pessoas ficarem horrorizadas com aquilo. É tudo um complô mesmo. Tanto que, na Europa, a coisa é tratada diferente, sem esse moralismo medieval. Mas aqui eles usam a coisa legal mesmo. Usaram, mas não conseguiram. Eu vejo as pessoas se amando muito, está todo mundo ótimo, com camisinha ou sem camisinha. Eles não venceram, não. E isso é luz. No disco que vou lançar, as músicas são assim, muito felizes, muito pra cima, cheias de luzes.

Mas os problemas do Brasil parecem ser os mesmos desde o descobrimento. A renda concentrada, a maioria da população sem acesso a nada. A classe média paga o ônus de morar num país miserável. Coisas que, parece, vão continuar sempre. Nós teríamos saída, pois nossa estrutura industrial até permitiria isso. O problema do Brasil é a classe dominante, mais nada. Os políticos são desonestos. A mentalidade do brasileiro é muito individualista: adora levar vantagem em tudo.

Educação é a única coisa que poderia mudar este quadro. Brasileiro é grosso e mal-educado, porque não pensa na comunidade, joga lixo na rua, cospe, não está nem aí. Este espírito comunitário viria com a cultura. Acho que o socialismo talvez possa trazer este acesso maior à cultura de massa. Fazer como o Mao Tsé-tung fez com a China. Educar todo mundo à força. Temos que estudar, ler, ter acessos a livros.

O inferno é aqui. A cabeça da gente é um inferno. E essa coisa de "o inferno são os outros" não sei não… Pra mim, que dependo muito de amigos, de carinho dos outros, não vejo a vida contra alguém. Posso até ser meio ingênuo. Essa visão de inferno e céu: eu não vejo o inferno como uma coisa ruim e o céu como bom. O céu pode ser uma chatice e o inferno uma coisa divertida. Aliás, as imagens que temos do inferno são sempre aquelas onde localizamos o demônio, as pessoas transando, se comendo. O inferno é um baile de carnaval no Monte Líbano.

Finalmente, eu consegui definir qual é o meu papel nesse mundão. É passar pras pessoas a minha energia. É aprender e, em cada trabalho meu e em cada disco, poder passar as minhas conquistas. Eu conquistei a vida de um ano pra cá e quero passar isso pras pessoas. Isso é uma coisa meio cristã. Sabe, você repassa aquele amor que armazenou e as pessoas adoram.

Às vezes, fico triste, mas não consigo me sentir infeliz. Acho que o tédio é o sentimento mais moderno que existe, que define o nosso tempo. Tento fugir disso, pois tenho uma certa tendência ao tédio. Mas, felizmente, eu sou animadérrimo! Sou muito animado pra sentir tédio. Sou animado à beça, qualquer coisa me anima. Se você me convida pra ir à Barra da Tijuca, eu já digo logo: Vaaaamos!!! Qualquer besteira me anima. Tudo que já passei na minha vida não conseguiu tirar essa animação.

Eu me sinto sempre ganhando presentes. Se faço uma entrevista e leio depois no jornal, acho tudo o máximo, o texto, a foto… Estou sempre ganhando brinquedos. Minha vida é muito assim: sempre morrendo de rir, nunca com tédio. E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade.



Compilação feita por Ezequiel Neves e recolhida em entrevista às revistas ISTO É, PLAYBOY, AMIGA e INTERVIEW, no período de 1983 a 1989

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Insubstituível

O poeminha a seguir data de 2007, encontei-o em meio a uma faxinha no meu organizado quarto este ano...
ele é pra tii....


Meus olhos em pedaços
Te veem
Porque não podem deixar de o fazer
Eles necessitam da tua presença.
Minha memória
Necessita do teu rosto
Para sobreviver.
Meus olhos e minha memória
Sabem que não significam nada,
Absolutamente nada,
Pra você.
Porém, necessitam de você
Para sobreviver.
Meu ouvido ferido
Ouve o que não deseja
Ele não se acostumou a não te ter aos sussurros.
Os meus sentidos,
Todos, sem exceção,
Precisam estar contigo,
Precisam de você por perto...
Porque você é Insubstituível!...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Músicas Da Minha Atual Fase








Entreolhares
Ana Carolina


Se ficar assim me olhando,
me querendo, procurando,
não sei não, eu vou me apaixonar!

Eu não tava nem pensando
mas você foi me pegando
e agora não importa aonde vá:
me ganhou, vai ter que me levar!

Você me vê assim do jeito que eu sou
É, e faz de mim
o que bem quer
Eu que sei tão pouco de você!
E você que teima em me querer!

Se ficar assim me olhando,
me querendo, procurando,
não sei não, eu vou me apaixonar!

Eu não tava nem pensando
mas você foi me pegando
e agora não importa aonde vá:
me ganhou, vai ter que me levar!!
Com você é bom qualquer lugar!!

The way you're looking at me
You go with me?, you want me
Can't help myself I gotta be in love

I wasn't even thinking
and now you got me sinking
I need you baby, I can't get enough
You got me

That's where I'll always be
I know you see me just the way I am
But just think of me

What you want me to be
I know you found the moment that we met
It's giving me a love I won't forget

Se ficar assim me olhando,
me querendo, procurando,
não sei não, eu vou me apaixonar!

Eu não tava nem pensando
mas você foi me pegando

I need you baby I can't get enough
You got me, that's where I'll always be
I'll go there, go anywhere with you!

Se ficar assim me olhando,
me querendo, procurando,
não sei não, eu vou me apaixonar!

I wasn't even thinking
And now you got me sinking!
I need you baby, I can't get enough!

Me ganhou, vai ter que me levar!!






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Paciência

Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...

A vida é tão rara...








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À primeira Vista
Daniela Mercury

Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei

Quando chegou carta abri
Quando ouvi Prince dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei

Quando chegou carta abri
Quando ouvi Salif Keita dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Minha Luz

Quando, como e onde eu o conheci?

Bem, foi em meio a Solidão. Naquela época era minha grande companheira. Foi em meio às trevas de uma noite tranquila.

Você estava ali. Em meio à escuridão vi a Luz. Vi Você. Eu o encontrei...

Estava na luta contra mais um obstáculo em minha vida. Sangue corria pelos meus lábios e por minhas mãos. Definitivamente estava sem saída!

E o Todo Poderoso me mostrou Você. O Céu mais lindo, a Luz mais penetrante.

Não me via mais sozinha quando estava com Você. O início da Primavera reacendeu com seu real significado!

Nossa, eu estava amando novamente!

Depois de um fim há sempre um recomeço. Descobri que ainda tinha algumas vírgulas pela frente!

A cada dia poder ler palavras tão bonitas, de um poder incalculável, renova as forças. Fui renovada!

Meu novo Começo parecia estar indo muito bem, até eu querer dar um ponto final na minha vírgula.

Minha Luz adoeceu e eu pareci ter morrido, sem a Luz eu não existo. Preciso dela e do oxigênio.

Logo o oxigênio me asfixiava, eu estava morrendo. "OMG"! Quase morri.

Consegui reacender a Luz (eu acho!)!

Luz minha, eu te peço, não se apagues novamente. Eu erro, mas continuo precisando de ti.

Não quero ver sangue novamente!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tudo e Nada

Felicidade...
Como tê-la para sempre,
Mesmo após a Morte?

Sei que não és um objeto que posso guardar,
Porém insisto em possuí-la.

Que idiotice a minha!
Sei que poder está aqui
É o motivo para a existência da Felicidade,
Mas isso não parece bastar...

Quero tudo e nada posso!
Ou, tudo posso e nada quero?...

These Are Sunny Days! II

AMARRAS

Ele estava preso. As amarras de uma vida ao qual conseguirá fugir estavam voltando. É incrível como depois de pisar no paraíso o inferno parece tão mais brutal.
Os últimos meses foram como uma nova vida, os prazeres de comer, do descanso, da solidão, e de uma nova paixão.
Como não amar alguém capaz de parar o coração ao simples sussurrar ao seu ouvido? Como é possível que uma criatura dessas me ame?
Se um dia os anjos chegaram a tocar a terra e deixaram um presente para a humanidade, acredito que tenha sida ela.
Mas tudo isso desmoronou. As pessoas que mais amamos são as que mais nos magoam, pois acreditamos ver nelas uma perfeição inexiste, e nos mínimos erros, sentimos a dor de um mundo inteiro.

Olhando da janela mais longínqua possível, ela observava o objeto da sua adoração ser entregue as mãos dos caçadores. Nunca havia pensado em destruir algo que tanto prezará, mas só pensar não tem adiantado muito.

“Senhor, diga a sua filha, que nós estamos ligados por amarras que deus algum conseguirá destruir. Quando uma brisa quente acariciar o rosto dela, talvez seja meu hálito, quando o vento vier secar as lágrimas, talvez sejam minhas mãos afagando seu rosto.”

Um tremor percorre o corpo da mais bela de todas as mulheres, um calafrio percorre sua espinha. Maus presságios.


AUTOR: Diego Marcarenhas Ramos


Poetinha II

Eis que estou aqui
Para falar do meu Poetinha...

Aquela pele negra
Da cor do pecado
Que me fascina

O seu olhar de ressaca,
e o seu sorriso branco cristalino
Dono de uma voz que não conheço,
Mas sei que pronuncia palavras doces e bonitas

Como pode acontecer Amor
Sem nunca conhecer o ser Amado?

Mas, afinal, eu o conheço mesmo não o conhecendo!...

Paradoxal?!
Não. Apenas destino!
Destino que teimo em manchar!

Nunca antes palavras me fizeram encontrar a Felicidade
Como as tuas fazem

Ah meu Poetinha...
És minha Luz
És o céu que sonho um dia explorar

Ainda vou te encontrar...

MAKTUB...

O que eu quero

O ser humano
é muito egoísta
Em seu mundinho...

Como ter tudo,
Se o tudo não se conhece?

Eu já quis muita coisa absurda
O que quero hoje
E o que, na verdade, eu sempre quis,
Infelizmente não é palpável

Chego quase a tocar a Felicidade,
Porém no mesmo instante ela parece sumir
Evaporar,
Fugir...

E foge,
Mas logo depois a encontro
E novamente a perco

Gostaria de tê-la sempre
E isso é algo que só depende de mim
Porém, às vezes,
Pareço não a querer,
Pareço fazer com que se afaste de mim

Agora a Felicidade está aqui
Porém, amanhã ela vai embora...